Eficácia dos Analgésicos Orais na Tolerância à Dor Durante a Terapia por Ondas de Choque Extracorpórea (TOCE) na Fasceíte Plantar Insercional Crônica no Calcanhar (FPICC)
Por Bernard F. Meyer, Erno Thober, Mauro Meyer
Tratabalho apresentado originalmente no 11º Congresso ISMST

Os efeitos terapêuticos da Terapia por Ondas de Choque Extracorpórea (ESWT) em pacientes com Fasceite Plantar Crônica (FPC) tem sido descritos em vários estudos controlados. A alta energia parece ser mais eficaz no tratamento da FPC do que a baixa energia. Entretanto, muitos pacientes referem dor ou desconforto durante a aplicação da ESWT. Uma terapia não-invasiva e de baixo custo pode ser utilizada como uma abordagem coadjuvante, os analgésicos orais.

Objetivo:

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos dos analgésicos orais na tolerância a dor durante a aplicação de ESWT.

Pacientes e Métodos:

Ensaio clínico; randomizado; duplo-cego; grupo controle. Os pacientes foram divididos em 4 grupos: A (Placebo); B (Tramadol 50 mg); C (Acetaminofen 750 mg) e D (sem medicação).

Todos pacientes eram portadores de FPICC. Os pacientes foram orientados a ingerir a primeira dose 6 horas antes da TOCE e a segunda dose 30 minutos antes da TOCE. A avaliação da dor foi feita através da Escala Visual Analógica (VAS) aplicada antes, com referência à dor que motivou o tratamento, e após 500 pulsos do tratamento. O protocolo para TOCE foram 200 pulsos em 0,08 mJ/mm², seguidos de 1500 pulsos em 0,35 mJ/mm²; dirigidos ao ponto de maior dor à digito-pressão antes da aplicação.

Resultados:

Foram avaliados 60 pacientes com idade entre 40 e 60 anos; ambos os sexos.

Todos pacientes foram distribuídos igualmente (n=15) em cada grupo.

Os dados preliminares demonstraram uma redução não significativa nos valores da VAS durante a terapia nos grupos A (p=0,84), B (p=0,38) e C (p=0,79).

A redução mais pronunciada foi demonstrada no grupo B (VAS pré 6.72 ± 1.61 vs. VAS durante 6.02 ± 1.63, p=0.38).

Diferentemente, um aumento não significativo do VAS durante a terapia foi evidenciado no grupo D (6.74 ± 2.20 vs. 7.52 ± 1.78, p=0.35).

Conclusão:

Os resultados preliminares sugerem que o uso do Tramadol parece determinar algum efeito analgésico durante a terapia. O aumento da dor durante a terapia observada no grupo sem o uso de medicação justifica a busca por uma terapia analgésica eficaz. Um maior número de pacientes deverão ser avaliados para a validação desses resultados.

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